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O Boletim Panorama Quilombola é um projeto do Programa Quilombos: memórias, configurações regionais e os desafios da desdemocratização, desenvolvido pelo Núcleo Afro Cebrap em parceria com o LaPPA – Laboratório de Pesquisa e Extensão
com Povos Tradicionais e Afro-Americanos. Seu objetivo é dar visibilidade à temática quilombola, abordando-a de forma qualificada, por meio de uma linguagem acessível, a partir do diálogo entre a militância e a academia. Nosso foco está no monitoramento da abordagem do tema na mídia, na produção de breves dossiês temáticos e de entrevistas com personagens quilombolas de destaque.
O BPQ Entrevista apresenta trechos de entrevistas com personalidades importantes da história ou da articulação política, social ou cultural do movimento quilombola contemporâneo. As entrevistas, realizadas por meio de rodas de conversa com a equipe BPQ e pesquisadores e militantes convidados, fazem parte do projeto de História Oral do Movimento Quilombola.
Desde o I Encontro Nacional de Quilombos do Brasil, realizado em 1995, o tema da educação tem dividido espaço com o tema do território como as duas principais pautas do movimento quilombola. A associação entre terra e educação
pode ser vista como a simples composição entre duas demandas históricas, mas independentes, de uma população mantida à parte das políticas públicas.
Mas, se a importância do território é existencial, na medida em que constitui a base material e simbólica (talvez ontológica) dessas comunidades, por que a educação ocupa tal prioridade entre as várias políticas públicas das quais essas comunidades estiveram e ainda estão excluídas?
A entrevista que trazemos neste número, realizada com Givânia Maria da Silva, oferece uma resposta menos incidental para associação entre território e educação. Ela nos premia com uma narrativa em que a luta pela terra está entramada na luta por uma educação capaz de assumir a perspectiva da história e dos projetos de futuro da comunidade em que se insere. Uma narrativa na qual a formação como professora está imbricada na formação política, e a reflexão sobre a escola se faz indistinta da reflexão sobre a história, a identidade e o território coletivos.
Givânia foi professora de escola pública, vereadora por dois mandatos pelo Partido dos Trabalhadores no município de Salgueiro (PE), é uma das fundadoras da Coordenação Nacional das Comunidades Negras Rurais Quilombolas – Conaq. Graduou-se em Letras, com especialização em Programação de Ensino e Desenvolvimento Local Sustentável, e fez mestrado em Políticas Públicas e Gestão da Educação pela UnB (2010-2012). No campo da gestão pública, Givânia foi coordenadora de regularização fundiária dos territórios quilombolas no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra, entre 2008 e 2015, e Secretária Nacional de Políticas para Comunidades Tradicionais da Seppir entre 2007 e 2008
e entre 2015 e 2016. Sua atuação inclui também, no plano internacional, consultoria à FAO na análise de políticas para povos e comunidades tradicionais, e à ONU Mulheres, como formadora de professores/as.