Neste informativo, trazemos dados a respeito das desigualdades de acesso aos recursos necessários ao ensino à distância, entre os grupos de raça/cor, classe e região, tais como: computadores, internet, espaço propício ao estudo em casa, entre outros. Procuramos demonstrar as disparidades já existentes na estrutura educacional brasileira quando do início da crise do novo conoravírus, de modo a indicar como tais desigualdades afetam os estudantes durante a pandemia.
A rede pública de ensino é responsável pela maioria das matrículas nas etapas de alfabetização (78%), ensino fundamental (83%) e ensino médio (88%), nas quais a maior parte dos matriculados é de pretos e pardos.
A crise do novo coronavírus fez com que a internet fosse o principal meio de estudo e de disponibilização de materiais didáticos e aulas. No entanto, o acesso à internet por meio de computador é bastante desigual, visto que a maioria dos estudantes das etapas de alfabetização (68%), ensino fundamental (67%) e ensino médio (59%) não possui tal acesso no domicílio de moradia. Há expressivas desigualdades raciais – no ensino fundamental, 76% dos pardos e 75% dos pretos não têm acesso a computador com internet, enquanto nos brancos o percentual é de 53% – assim como disparidades regionais – nas regiões Norte e Nordeste essas proporções são superiores a 80%.
A proporção de estudantes sem acesso à internet por meio de celular diminui conforme se avança nas etapas de ensino. No ensino médio, o percentual de estudantes pardos sem acesso a celular com internet (14%) é mais do que o dobro daquele dos estudantes brancos (6%).
Os dados demonstram que o Brasil não comporta um ensino básico à distância público, universalizado e de qualidade.
No ensino superior, o adiamento do Enem impacta diretamente o calendário das universidades públicas, visto que grande parte aderiu ao SiSU – parcial ou totalmente – em suas seleções. Há universidades que já informaram que o Enem/SiSu não será utilizado no processo seletivo para ingresso em 2021. As mudanças nas datas e a não utilização do Enem/SiSU nas seleções poderão impactar o processo de inclusão social, racial e regional proporcionado pelas políticas de ação afirmativa nas instituições públicas de ensino superior.
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